Dançando Entre Lírios mortos,Livro de poesias de Marcos Antônio Filho(Fábrica de livros,15 Reais)
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segunda-feira, 1 de janeiro de 2007

Humanos hipócritas


Humanos hipócritas
Não sabem o que querem
Não sabem se amam
Fingem que amam
Amam loucamente
Corpos e dores
Almas e amores
Insensíveis, inconstantes
Desamam e reamam novamente
Neste ciclo ininterrupto
Humanos hipócritas
Vocês não sabem o que é amar.

Humanos hipócritas
Não sabem o que querem
Não querem admitir
Que precisam de alguém
Querem flertes curtos,
Sem compromisso
Acabam vazios
Acabam sozinhos
Acabam querendo viver
A vida perdida
Mal sabem que a vida
É única e tardia
E que o amor é supremo
É supérfluo indispensável
Em nossos corações
Humanos hipócritas
Vocês não sabem o que sentem
Não confundam com o amor.

Humanos hipócritas
Não sabem o que querem
Tem tantas palavras
Tantos gestos
Tantos certos
Tantos errados
Ninguém quer ser responsável
Ninguém quer perder o jogo
Ninguém quer ter com alguém
Humanos hipócritas
Não sabem o que perdem
Vivem bebendo
Vivem fudendo
Vivem desafiando a morte
Vivem testando a sorte
Vivem querendo ser o que não são
Um poço de ignorância e superficialidade
Humanos hipócritas
Não sabem o que querem
Não sabem o que amam
Não sabem o que gostam
Só fazem o que mandam
Não sabem de nada
Não sabem de nada
Humanos hipócritas
Não sabem de nada
Não sabem.
Não.

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