Dançando Entre Lírios mortos,Livro de poesias de Marcos Antônio Filho(Fábrica de livros,15 Reais)
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segunda-feira, 1 de janeiro de 2007

Carta à solidão

Solidão,
Não escrevo para ti há tempos,
Mas tenho algumas coisas a dizer.
Vi que não adianta lutar.
Por mais vezes que eu entregue meu coração
É para você que eu vou voltar.
Como um porto seguro,
Que me deixa inseguro e triste,
Igual a um sorriso puro
De um amor que não existe.
Tu pareces um vício,
Que alivia a minha dor,
Que me faz esquecer o sacrifício
De tentar conhecer o amor.
Solidão, o amor é para poucos
Já você é para todos que não têm um amor.
Eu tentei amar como os loucos
Mas como os sensatos, só encontrei a dor
De amar e não ser amado,
Querer e não ser querido,
Beijar e não ser beijado,
Sentir e não ser sentido,
No final de tudo isso,
Chorei e tive a conclusão,
De que eu tinha que reatar o meu compromisso
Que tinha com você, solidão

Solidão,
Aconchegue-se em meus braços,
Sinta o vazio do meu coração,
Vamos refazer nossos laços.
Dê-me o seu néctar refinado,
Que é amargo e fútil.
Prometa que ficarás ao meu lado,
Mesmo se eu for um inútil.
Passemos a noite juntos,
Para que eu lhe conte às aventuras que tive.
Assim você esquecerá o tempo curto
No qual eu era um patife.
Você tinha razão,
Admito que tentei trocá-la por outra,
Sem sucesso.
Faço você ficar louca,
Pois mais uma vez a ti regresso.
Vejo que não adianta amar
Se um deslize dá por fim
Uma duradoura relação.
E acabarei sempre assim,
A sós com você,
Minha querida solidão.

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