Dançando Entre Lírios mortos,Livro de poesias de Marcos Antônio Filho(Fábrica de livros,15 Reais)
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sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Músicas para nossos ouvidos: Gitá


O Bhagavad-Gitã é um dos textos sagrados da cultura védica( originária da Ásia Menor) e segundo a história, Arjuna (um amigo e devoto de Khrisna). Numa guerra Arjuna se viu obrigado a lutar contra membros de sua própria família. Diante de tal impasse, Arjuna rogou pela ajuda de Khrisna e esse em consideração à fidelidade de Arjuna mostrou a ele sua verdadeira forma e aconselhou-o, no campo de batalha, recitando o"Bhagavad-Gitā". Na cultura Védica acredita-se que a divindade possua três formas; Khrisna seria a forma materializada de Deus.

Raul Seixas e Paulo Coelho, autores da música, se encataram pela história e fizeram a letra da música, com um eu lírico sendo Deus(ou Khrisna) falando ao homem( Arjuna ou Raul Seixas). Versos com "eu sou o início, o fim e o meio" reforçam a ideia de alguma entidade espiritual falando e dos versos "Eu que já andei Pelos quatro cantos do mundo Procurando /Foi justamente num sonho Que Ele me falou" são avoz de Seixas sobre o fato. A Música foi lançada em 1974 e foi um grande sucesso e é considerada uma das obras primas de Raulzito, que há 20 anos nos deixou.
"Eu que já andei
Pelos quatro cantos do mundo
Procurando
Foi justamente num sonho
Que Ele me falou"
Às vezes você me pergunta
Por que é que eu sou tão calado
Não falo de amor quase nada
Nem fico sorrindo ao teu lado...
Você pensa em mim toda hora
Me come, me cospe, me deixa
Talvez você não entenda
Mas hoje eu vou lhe mostrar...
Eu sou a luz das estrelas
Eu sou a cor do luar
Eu sou as coisas da vida
Eu sou o medo de amar...
Eu sou o medo do fraco
A força da imaginação
O blefe do jogador
Eu sou, eu fui, eu vou.
Gita! Gita! Gita!
Gita! Gita!
Eu sou o seu sacrifício
A placa de contra-mão
O sangue no olhar do vampiro
E as juras de maldição...
Eu sou a vela que acende
Eu sou a luz que se apaga
Eu sou a beira do abismo
Eu sou o tudo e o nada...
Por que você me pergunta?
Perguntas não vão lhe mostrar
Que eu sou feito da terra
Do fogo, da água e do ar...
Você me tem todo dia
Mas não sabe se é bom ou ruim
Mas saiba que eu estou em você
Mas você não está em mim...
Das telhas eu sou o telhado
A pesca do pescador
A letra "A" tem meu nome
Dos sonhos eu sou o amor...
Eu sou a dona de casa
Nos pegue pagues do mundo
Eu sou a mão do carrasco
Sou raso, largo, profundo...
Gita! Gita! Gita!
Gita! Gita!
Eu sou a mosca da sopa
E o dente do tubarão
Eu sou os olhos do cego
E a cegueira da visão...
Mas eu sou o amargo da língua
A mãe, o pai e o avô
O filho que ainda não veio
O início, o fim e o meio
O início, o fim e o meio
Eu sou o início
O fim e o meio
Eu sou o início
O fim e o meio...



fontes: http://henriqueseixas.blogspot.com/2009/06/gita-um-misterio-desvendado.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Gita

Os invejosos


Os invejosos estão radiantes
Os invejosos são sentinelas
Veem o fracasso alheio como trunfo
Saboreiam a vitória alheia como um néctar
Ficam a se vangloriar,
A criticar e afirmar categoricamente
"Tardamos mas não falhamos"
De dor e tristeza eles não querem pra si,
Mas se o insucesso alheio vem,
A alegria e o gozo são abundantes.

Os invejosos tem prazer em pisar
Os invejosos tem prazer em desejar
Que o próximo falhe, sucumba ao temor
E os obstáculos cada vez mais tortuosos.
A vida já é difícil,
E ainda os invejosos insistem em prejudicar

Os invejosos não somem
Os invejosos não temem provar do próprio veneno.
E o que eles fazem além disso?
O que eles almejam tudo isso?
Os invejosos,enquanto não souberem
Construir seu próprio caminho,
Prefere acabar com o caminho trilhado
Por quem luta e persevera.
Os invejosos sempre buscarão uma boa alma a espezinhar
Os invejosos estão sempre a incomodar.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Sábios

As pessoas que me conhecem
Perguntam-me o que sei
Sobre a vida, dos horrores,
Dos carnavais que já passei
Dores e amores,
Legítimas defesas,
Com tantos dissabores,
A vida se torna incerteza.
Que apenas alguns poucos senhores
Sabem ver no tosco a única beleza.

domingo, 2 de agosto de 2009

Bolinhos de chuva


Oi, Vó Rosa tá tudo bem com a senhora?
Tá tudo bem comigo,
Só um pouco cansado do trabalho.
É são outras responsabilidades
Já não sou mais o menino remelento
Que ouvia suas histórias, comendo bolinho de chuva

Que bom seria se as tardes
Voltassem a ter gosto de bolinho de chuva?

Vó Rosa, vê se controla o diabetes
Só Coca Cola zero
Açúcar só da fruta
Bolo com sucralose
Eu sei que é dose,
Mas é pra você melhorar.
Sem mais guloseimas na geladeira
Você que já teve a vida inteira,
Pra comer de tudo e se fartar
Eu quero você viva, vó
Pros meus filhos ouvirem as suas histórias
Comendo bolinho de chuva

Que bom seria se seus bisnetos
Comessem seus bolinhos de chuva?

Vó Rosa, não se preocupa
Agora eu sou adulto e culto
Pronto pra o ainda virá.
É claro que eu sinto falta
Da ingenuidade, de ver o Jaspion na televisão.
Depois eu o imitava e eu lhe falava,
Que eu ia te proteger de todo o mal.
Imaginações de criança
Que agora são lembranças
Pra mim e pra você, vó.

Que bom seria se a vida
Tivesse o gosto do seu bolinho de chuva!

Vó Rosa, eu tenho que ir agora
Mas pode deixar que ligo,
De mim, você não se livrará.
Eu sei que idade pesa e desapontamento também,
Mas se tudo acontece é por uma boa causa,
É além de nossa compreensão.
Só continua se cuidando
Todos estão te vigiando
E com saudade dos bolinhos de chuva!

Que bom será quando a vovó
Voltar a fazer bolinhos de chuva!


OBS: Homenagem a minha avó.