Dançando Entre Lírios mortos,Livro de poesias de Marcos Antônio Filho(Fábrica de livros,15 Reais)
maiores informações em marcos.antoniofilho@gmail.com ou no próprio blog

sábado, 11 de dezembro de 2010

Musicas para nossos ouvidos - Palpite infeliz


A rixa entre Noel Rosa e Wilson Batitsta estava no ápice. Tudo começou com o samba Wilson "lenço no pescoço", uma ode a vida boêmia do malandro; Noel resolveu retrucar com o "rapaz folgado" criticando esse modo de vida  Wilson Batista com pões "mocinho da vila" e Noel retruca com "Feitiço da Vila", um clássico. Batista ão se dá por vencido e compõe "Conversa fiada" (É conversa fiada dizerem que o samba na Vila tem feitiço/ Eu fui ver para crer e não vi nada disso...), mas Noel resolve dar uma última réplica, com palpite infeliz. Onde,  ele diz simplesmente que o samba não tem só lugar na vila mas em todo Rio de Janeiro. Wilson Batista ainda escreveu duas músicas, mas o scuesso areebatador de "feitiço de vila" e "palpite infeliz" decidiram a polêmica pro lado de Noel. Os dois polemistas conheceram-se entre um e outro desafio e tornaram-se amigos. As músicas dessa polêmica foram reunidas, em 1956, num LP de dez polegadas da Odeon, cantadas por Roberto Paiva e Francisco Egídio - Polêmica.

Fica a letra de palpite infeliz, interpretação de aracy de almeida, que acabou ficnado conhecida como a jurada mau humorada do programa de jurados do Silvio Santos e era uma excepcional intérprete.

Quem é você que não sabe o que diz?
Meu Deus do Céu, que palpite infeliz!
Salve Estácio, Salgueiro, Mangueira,
Oswaldo Cruz e Matriz
Que sempre souberam muito bem
Que a Vila Não quer abafar ninguém,
Só quer mostrar que faz samba também
Fazer poema lá na Vila é um brinquedo
Ao som do samba dança até o arvoredo
Eu já chamei você pra ver
Você não viu porque não quis
Quem é você que não sabe o que diz?
A Vila é uma cidade independente
Que tira samba mas não quer tirar patente
Pra que ligar a quem não sabe
Aonde tem o seu nariz?
Quem é você que não sabe o que diz?

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

5 anos



Não sei como comecei isso aqui. O que me motivou a escrever. Talvez uma necessidade estranha de me expressar. Se expressar,que coisa estranha,não? Mas eu sempre fui assim. pelo papel e depois pelo owrd, er aonde eu me expressava. Sempre fui tímido, introspectivo. e comecei a fazer esse blog. Pra por meus poemas, quando tudo a minha volta me motivava a escrever, quando um beijo da namoradinha me motivava a escrever. Ou quando o fora da mesma, que também me mmotivava a escrever. Cinco anos. Cresci,  deixei de ser menino, virei homem. Não sonho mais como antes, e almejo outras que nunc apensei em almejar. Sonhei em viver de poesia, de literatura, mas o caminho é mais difícil do que se pensa. O jeito é não esmorecer, não deixar que o cotidiano vença e se aloje em mim, não me deixando escrever mais nada. Eu vou sempre escrever. Esse dom de escrevinhador que está dentro de mim vai morrer comigo, e ainda vou digitar muitos textos, nem que seja por aqui ou pelo GP Séries, meu outro orgulho, meu blog blockbuster...rs.

O trovador é meu blog indie, mais intorspectivo, a litaratura é um pouco mais dificil de ser digerido, mais sempre é acessado o que me agrada muito. Estou me enveredando nos contos e como sçao mais dificies de ficarem prontos, eu tenho me ausentado muito daqui, até por falta de tempo, já que me dedico muito ao GP séries, por toda a aura automoblistica que ele traz, preciso ser rápido nele. aqui posso ser atemporal, não ter regras de como e quando postar, e isso me orgulha, e muito. Tenho um grande carinho por esse espaço, criado quando fez 25 anos que  Jonh Lennon morreu. Agora já são 30!

Quero deixar um presente a todos que me leem. Mesmo tendo vendido honrosas 80 cópias, Dançando Entre lírios mortos, meu livro de estreia na literatura, ainda não foi lido por muita gente que me conhece. Então eu os convido a todos a me lerem, já que depois de 3 anos de seu lançamento, estou disponiblizando em .pdf, esse que foi um livro que de início achei, e ainda acho um pouco regular, mas pelo o tento de elogiios e do premio que recebi com ele na bienal do Rio, mostra que o conjunto da obra é importante, ´eum livro bom de ser lido, em uma tacada só, como muitos me disseram e me encheram de alegria! Obrigado a todos de coração, e vamos torcer e esperar por novidades, meu segundo livro está parecendo o chinese democracy do Guns, mas podem ficar tranquilos , só são 4 anos mesmo de espera....rs

http://www.4shared.com/document/s6i9KgKI/Danando_entre_lrios_mortos.html

terça-feira, 30 de novembro de 2010

O mundo é um moinho


Seria loucura alguém com tanto talento,ter sido gravado por tantos nomes da década de 30,simplemente sumir e ser em encontrado 20 anos depois lavando carros?É A humildade de um letrista e músico inconfundível em seus versos e além disso,o criador da primeira escola da Samba,Mangueira, em 1928, Cartola.

Que mundo seja grato a Sérgio Porto que o encontrou lavando carros.Já pensou se ele morresse em meio ao sabão dos carros?Nunca se ouviria esses clássicos não só do samba,mas da música popular brasileira como "Alvorada","O mundo é um moinho" e "As Rosas não falam".O Mundo é um moinho é em minha opinião genial,versos como "de cada amor tu só herdarás o cinismo" são magníficos e deixo a letra pra vocês:

Ainda é cedo amor
Mal comecaste a conhecer a vida
Já anuncias a hora da partida
Sem saber mesmo o rumo que irás tomar
Preste atençao querida
Embora saiba que estás resolvida
Em cada esquina cai um pouco a tua vida
Em pouco tempo não serás mais o que és
Ouça-me bem amor
Preste atenção, o mundo é um moinho
Vai triturar teus sonhos tão mesquinhos
Vai reduzir as ilusões a pó
Preste atenção querida
De cada amor tu herdarás só o cinismo
Quando notares estás à beira do abismo
Abismo que cavaste com teus pés.



Dia 11 de outubro foi o centenário de Cartola.Um Gênio da música brasileira,que infelizmente nunca existirá outro igual.

* Repost, já que hoje faz 30 anos de sua morte, nada mais justo do que celebrar esse gênio da música


OBS: Recomendo a leitura do Groo e do Oliver que postaram primeiro sobre Cartola.apreciem a jornada!

domingo, 31 de outubro de 2010

Crônica: A pobreza de espírito

Vamos traçar um paralelo? Sim é fácil, com dois acontecimentos que chocaram(ou não) muita gente nessa semana e que repercutiram bastante.
1)O Rodeio de gordas, onde jovens de uma faculdade paulista davam em cima de uma menina obesa, ganhavam sua confiança e aí, montavam em cima dela como se fosse um peão da festa de Barretos;.

2) No aniversário do jogador do Santos Zé Eduardo, seus companheiros de clube em vez de ficar somente no já tradicional banho de ovos e farinha, resolveu amarrá-lo a trava, e com direito a chuvas e tentativas de boladas. Neymar, um dos mais jovens do elenco e que estava participando da brincadeira, que resolveu tomar as dores do pobre ,aniversriante e quase saiu no tapa com o jogador Marcel.

Paralelo traçado, o que eles tem em comum? Tirando o fato de serem jovens, e de certa forma, terem um condição econimca saudável($$$), tem uma coisa que intitula esse post. A total pobreza de espírito e a falta de respeito ao seu próximo

No caso dos estudantes que tiveram essa ideia genial e quiseram participar(foram 50 segundo o G1), a falta de respeito com suas colegas de faculdade deflagra outra coisa: O padrão que cada vez é nos imposto e é aceito. Por ser gorda, por ser feia, por ser vesga, por ser amarela de bolinha roxas, ser fora do padrão, não gostar das mesmas coisas do que a maioria é algo passível de punição sumária, essas meninas que com certeza devem estar mais do que arrasadas, que por si só já sofrem por estar acima do peso em meio a um culto feminino a margreza, tem que sofrer desse tipo de humilhação pública, como se fossem aberrações feitas por jovens que acham que estão no filme Amercian Pie, e que a faculdade é uma grande boate. Esses jovens, que com certeza tem pais que bancam tudo aos filhos, não sabem que certos valores fundamentais são feitos para serem seguidos. Respeito pelo o próximo é o principal. Quando se é criança, até se releva certas atitudes infantis, mas na faculdade eles são assim, esse são os futuros engenheiros que teremos no mercado de trabalho em breve.

No segundo caso, o desrespeito beira ao ridículo ao seu colega de trabalho. Mas infelizmente o futebol em si parece viver em uma outra dimensão: salários totalmente fora do padrão e dirigentes paternialistas fazem que garotos e até adultos, no caso desse Marcel, agirem como se fossem os donos do mundo, onde vivem a idolatria dos seus torcedores. Zé Eduardo, que assim como outros jogadores do Santos, já estiveram envolvidos em outras confusões durante o ano, sofreu uma humilhação em rede nacional até, da forma que foi tratado parecia um bandido sendo linchado. ainda foi amarrado a trave e levou tapas e chutes e tudo que tinha direito. e quase leva umas boladas sem chance de ser defender. Neymar, que foi tão criticado por ter insubordinar seu ex- chefe, Dorival Júnior, foi o único que em um gesto nobre tentou intervir. e quase acontece o pior, uma briga com o tal Marcel. Enfim, essa "brincadeira" me lembrou muito aqueles trotes costumeiros  que os veteranos aplicam nos calouros em universidades, uma idiotice sem tamanho, que parece mostrar que a humilhação é a porta de entrada, e que o respeito é besteira. Pobres de espírito são esses jovens que estão por vir, mais uma grande geração perdida que não sabe respeitar os outros e nem a si próprios.


OBS: vou tentar desabrochar esse lado cronista em mim. Espero que gostem. Pretendo escrever sobre essa corrida presidencial, assim que o resultado sair.

domingo, 24 de outubro de 2010

Quadrado e redondo

Viro a mesa
Não me escondo
Tantas cores sem certeza
Muito quadrado pra pouco encaixe redondo
Pouca escuridão pra muita vela acesa
Muita dúvida pra pouca certeza
E eu aqui fico no sapatinho,
Esperando o momento certo,
Mesmo acorrentado de perto,
Os malfeitores ficarão sozinhos,
Sem direito a carinho,
Pois sem melodia não há canção,
Sem surdo não há marcação,
Sem idéias não há evolução
Sem respeito não há relação.

domingo, 3 de outubro de 2010

Acima das nuvens

Acima das nuvens quero estar,
Quando o mundo me chatear
Quando o mundo não entretiver,
Quando o mundo entediar

Acima das nuvens quero estar,
Pisando em chão de algodão,
Sentando em nuvem pra ver amanhecer
Fechando os olhos pra elevar coração.

Acima das nuvens quero estar,
Debaixo olho as coisas pequenas,
Acima estou a recorrer
A Deus, sobre coisas terrenas

Não há melhor lugar
Pra quem quiser entender
Que Deus artesão esteve a moldar
Um mundo que acima das nuvens
Parece bonito de morar,
Que de perto fica ruim
Com dores e tragédias, enfim,
É acima das nuvens que quero ficar!

domingo, 26 de setembro de 2010

Mensageira da morte

Eu espero.
É um lugar escuro.
Meus iguais estão comigo,
À espera do pior.
Qual será o futuro ao sair daqui?
Que mal faremos?
Nosso destino é cruel.
Temos dentro de nós a síntese do ódio.

O primeiro estampido.
É ensurdecedor.
Uma de nós se vai.
Pra onde terá ido?
Em que lugar parou?

Segundo estouro.
Já se acostuma com o som surdo.
Minha vez está perto.
Fadado ao mesmo destino de todos
Que estiveram aqui.

Terceiro.
Eu sou a próxima.
É hora de fazer a única coisa que sei.

Disparo!
Disparo e ganho a liberdade!
Minha velocidade é vertiginosa,
Não consigo me desviar,
Estou indo pra onde me apontaram!

Vou ao encontro certeiro
De algo duro,
Mas estraçalho-a com facilidade!
Estou dentro de algo de novo,
Cinzento, e macio
Foi um impacto muito forte
Acho que ficarei por aqui
Acabei de transformar
Esse um ser em uma massa sem vida.
O corpo
C
  A
     I
       Deitado e morto.

Eu cumpri meu objetivo.
Mas quando será que as outras
Não vão precisar atingir nossos objetivos?

Quando deixaremos de existir como
Mensageiras da morte?

domingo, 5 de setembro de 2010

Música para os nosso ouvidos: El amor después del amor

Fito Paéz já era famoso no rock argentino com grandes álbum memoráveis como "Ciudad de Pobres Corazones" e "Tercer mundo", aclamadísismo pela crítica. no Brasil ficou conhecido por algumas composiçõesm em conjunto com herbert vianna dos Paralamas do Sucesso(Como Trác-trác). Mas faltava a Paéz um grande sucesso para consolidar de vez sua carreira. Seu relacionamento com a atriz Cecíla Roth, uma das primeiras musas de Pedro Almodovar, fez Fito compor canções de amor memoráveis e assim surgiu o embrição de seu album "El Amor después del amor" . A Canção título assim que foi lançada se tornou um grande sucesso e ajudou a fazer do album o mais vendido da história do rock argentino, com 750 mil cópias. Destaque também para "Balada para Dona Helena", uma homenagem a sua avó que foi brutalmente assasinada em Rosário em 1987.

"El amor después del amor" é a mais pura fusão entre poesia e canção, onde a letra lida soa como verso, a música se torna lírica, a imagem de um amor tão forte, tão intenso e claro, que se vê o quão o cantor estava apaixonado e o quão isso fez bem em sua música. Vou por a letra e a tradução(se tiver erros i sorry arranho no espanhol e tive ajuda do ggogle translate) e recomendo ouvirem outras albuns dele já citados e outros, já que sua discografia é tão extensa, fica dificil cita-la toda aqui,mas Fito Páez merece ser ouvido com atenção.É um som de ótima qualidade, de letra e música, talvez mais até o primeiro do que o segundo.

El amor después del amor, tal vez, (O amor depois do amor, talvez)
se parezca a este rayo de sol  (Se pareça a um raio de sol)
y ahora que busqué ( e agora que busquei)
y ahora que encontré (e agora que encontrei)
el perfume que lleva al dolor  (o perfume que leva a dor)
en la esencia de las almas  (na essência das almas)
en la ausencia del dolor  (Na ausência da dor)
ahora sé que ya no puedo (Eu sei que não posso)
vivir sin tu amor. (viver sem teu amor)

Me hice fuerte ahí, (tornei-me mais forte aqui)
donde nunca ví. (onde nunca vi)
Nadie puede decirme quién soy (Nad apode dizer quem sou)
yo lo sé muy bien, te aprendí a querer  (eu sei muito bem, aprendi a querer)
el perfume que lleva al dolor (o perfume que leva a dor)
en la esencia de las almas (a essência das almas)
dice toda religión (toda religião diz)
para mí que es el amor (que pra mim é o amor)
después del amor. (depois do amor)
(..)
Nadie puede y nadie debe vivir, (ninguém pode e niguém deve viver)
vivir sin amor. (viver sem amor)
Nadie puede y nadie debe vivir, (ninguém pode e niguém deve viver)
vivir sin amor. (viver sem amor)

Una llave por una llave (uma chave é uma chave)
y esa llave es mi amor  (e essa chave é meu amor)
una llave por otra llave  (uma chave é outra chave)
y esa llave es tu amor. ( e essa chave é teu amor)

El amor después del amor, tal vez.

Nadie puede y nadie debe vivir,
vivir sin amor.
Nadie puede y nadie debe vivir,
vivir sin amor.

El amor después del amor, tal vez.
El amor después del amor, tal vez.

Nadie puede y nadie debe vivir,
vivir sin amor.
Nadie puede y nadie debe vivir,
vivir sin amor.


quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Doce ironia


N. do.A: Esse é um conto que eu ia concorrer em um concurso literário,mas desisti. Não achei muito bom, quem puder opinar sobre ele eu agradeço, críticas positivas ou negativas, sendo construtivas, são sempre bem- vindas.

A gente às vezes se preocupa tanto com os nossos filhos, parentes, amigos que acabamo-nos esquecendo de cuidar da gente. Tentava explicar isso ao meu médico, mas ele retrucava, sabe como são médicos, muito rigorosos com a nossa saúde. Ele dizia que eu se não estivesse com saúde, não cuidasse de mim, como cuidaria dos outros? O doutor tinha razão e agora eu é que atrairia a atenção de todos que me rodeavam, meu exames diziam que taxa de glicose estava nas alturas. Estava mesmo, e o sermão do médico foi longo, explicando o que deixaria de comer, que as visitas médicas seriam periódicas, a insulina seria diária, mas apesar de não ter cura, o diabetes era uma doença controlável. As recomendações foram mais que assimiladas, e o doutor se prolongou bastante e ele admitiu, que fez isso principalmente por minha profissão. Uma doceira diabética é um risco iminente de que a dieta elaborada seja abandonada e vá pro espaço, assim como a minha glicose.

Na minha profissão ter experiência era fundamental, e minha clientela era fiel, o meu maior orgulho. Mas teria que me readaptar, sem provadinhas, sem vários bolos no mesmo dia, sem almoçar. E pensar que tenho que comer de três em três horas! Tenho dois filhos feitos, que me ajudariam no meu trabalho, eles já trabalharam muito comigo quando eram novos e agora casados, vão repetir a dose, afinal deixar de trabalhar não faço, isso pra mim é a pior doença.

Vivíamos uma marcação dupla. Meus filhos vigiavam se eu comia algum doce ou descumpria alguma coisa estabelecida na minha dieta, e eu vistoriava se eles viam se a massa estava boa de açúcar, se a calda de chocolate está no ponto, se o glacê não desandou. Era uma situação difícil, eles não tinham prática e eles falavam que estavam e às vezes não estavam, tive algumas reclamações que o bolo não estava tão bom como da outra vez. Era sempre um detalhe que escapa a eles, na hora de analisar a massa quando experimentavam, que não saia perfeito quando eu fazia e experimentava. Eu tinha que entender que não era mais a mesma, que agora o açúcar estava fora de cogitação, os carboidratos muito restritos, então sem doces, sem aquele pão quentinho com manteiga. Tudo light, diet, zero... Era complicado resistir às tentações, mas era mais complicado ainda admitir que meus bolos não saem mais a perfeição de antes e que eu não podia adotar o ritmo incessante de antes que me satisfazia tanto. Sentir-se frustrada era horrível, eu queria fazer dos meus doces proibidos sossegadamente...

Mantive a minha dieta regularmente, ma alimentava certo, medi minha glicose, aplicava-me insulina, e perdia em média um bolo por dia, final de semana eu perdia a conta de quantos eu deixava por fazer. Pensei em contratar alguém pra me ajudar, mas aí aumentaria muito os custos do meu bolo. A minha frustração aumentava, os bolos me deram tudo, minha casa, a educação dos meus filhos, meu conforto atual e estava me dando uma velhice tranqüila até eu descobrir minha doença. Perder clientes me doía, ter que saber que eles estão comprando seus bolos em padarias, eu sentia uma pontada de tristeza no peito. E eu me sentia bem, com exceção a algumas dores nas pernas, ficava muito tempo em pé, mas nada do que ficar sentada por um tempo. Meus filhos ao verem que eu estava me cuidando e fazendo meu trabalho, aos poucos foram afrouxando minha rédea. Eu decidi me manter alerta sobre a minha rotina pra que eles pudessem viver suas vidas, e eu a minha. Queria voltar a manter todos os meus clientes felizes e satisfeitos.

Acordei e vi o mesmo olhar de reprovação do doutor. Levanto o braço esquerdo e ele está no soro, estou tomando insulina na veia. Mais um leito de hospital. É eu aumentei o ritmo dos bolos, dos docinhos e descuidei da minha dieta, da minha reeducação alimentar, provei tantas massas que voltei aqui, quando o médico disse que eu estava praticamente em coma diabético, eu me assustei. O médico me deu um sermão mais enérgico, sendo que eu não podia ter me excedido no meu trabalho, pois isso quase me matou. Senti-me uma menina de sessenta anos levando bronca do pai. Reclamei de dores na perna esquerda e o médico disse que pra eu torcesse pra minha glicose baixar senão eu correria riscos. Mesmo tendo alta, teria que fazer exames e exames pra evitar ter que ter o risco de perder meu pé. Na primeira vez senti medo. Não tinha levado minha doença a sério da primeira vez, por achar que não matasse, não tratei a diabetes do jeito que ele deveria ser tratada. Tive o ingênuo pensamento que ela seria como uma gripe, que sumiria depois, mas não é, tenho um inimigo silencioso dentro de mim e está vencendo batalhas que era que deveria vencer.

Com a presença dos meus filhos, que me passaram um sabão muito maior ao que eu dava a eles quando eles eram crianças levadas, me motivei a me cuidar ainda mais, não queria morrer tão jovem quanto o pai deles, que nem viram muito da vida dos dois. Quero ver os meus bisnetos ainda! Então decidi continuar o meu trabalho, mas sem descuidar por um segundo da minha saúde, afinal o trabalho dignifica uma pessoa, mas se ele não tiver saúde não há nada a se dignificar. Dias depois sai do hospital dando graças por ter deixado pra trás aquela comida insossa E o melhor que eu decidi trabalhar como doceira, mas só trabalho com bolos diet. Sem nenhuma adição de açúcar. Assim eu posso provar a massa sem medo! Foi muito bom ter descoberto adoçantes pra forno e fogão ótimos! Nem parece adoçante! Da próxima vez, eu escrevo uma receita, podem cobrar. Ou melhor, quem sabe não escrevo um livro de receitas diet?

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Ousadia


Se a loucura fez o berço pra dormir,
Porque andar com os braços dados,
Tendo a razão como conselheira,
Pra por os pés onde sempre se pisa?

O vanguardismo foi o que fez seguir,
Sem crer nos futuros projetados.
Céticos não cruzam a fronteira
Do que se tem e o que se idealiza.

Força e fé seriam o bastante
Se algo mais não levasse adiante:
A tão estimada ousadia!

Nunca negue que é confiante
Senão seu sonho minguará no instante
Que a coragem for domada pela apatia

domingo, 29 de agosto de 2010

Novo livro de Cris Dakinis - Aos Distraídos

A poetisa Cris Dakinis lançou seu segundo livro de poesias, "Aos Distraídos". A capa foi feita pelo seu filho de 8 anos João Pedro, e tem prefácios de Tatiana Alves e notas de Pedro Du Bois e Éder Rodrigues. Li seu primeiro livro, "Por arte de magia" e admiro muito a sua poética, e nada mais justo do que divulgar o seu novo trabalho que com certeza está melhor do que o primeiro. Interessados em comprar seu livro devem entrar em contato com a autora em seu site

http://www.crisdakinis.com/

terça-feira, 27 de julho de 2010

Desconfiança


De todos eu desconfio
Eles podem conspirar contra mim
Que pela frente eles dizem sim
E por trás dizem que estou por um fio

Faço apenas o uso da observação
Quem pode começar a rebelião?
Todos são suspeitos, todos no mesmo calvário
Todos tem culpa, mesmo provando o contrário!

Agora meu parceiro é a paranóia
Todo homem virou inimigo
E rejeito a quem falsamente me apóia

Fugirei do que antes era abrigo
Posso morrer afogado abraçado com a bóia
Mas matarei sem dó, quem se dizia amigo!

domingo, 18 de julho de 2010

Conto: Fixação


Por mais que as pessoas digam que não, todos têm uma fixação por algo. Estamos todos paranóicos. Ora pensam estar seguidos, que alguém com uma aparência suspeita os espreitam na esquina. Ora pensam que todos conspiram contra ela, inclusive Deus. As pessoas estão cada vez mais loucas, eu vejo isso constantemente onde trabalho. Tenho que lidar com o público e vejo a loucura que é lidar com eles. E em papelaria, em época do início do ano letivo, são tantos insultos que desejei muitas vezes ser surdo, e dei graças a Deus por ter nascido com sangue de barata. Mas eu não posso dizer que sou exceção, eu sou igual a eles. Antes eu não achava isso, que eu não me encaixava aos padrões dessas pessoas que são loucas, que desconfiam até da própria sombra. E eu sucumbi à loucura de ter a minha própria fixação.

Ser caixa de papelaria não é o emprego dos sonhos, mas é o que me dá sustento. Moro sozinho e minha vida também não é lá das muito emocionantes. Apenas sigo a vida. Sendo caixa vejo de tudo, novos, velhos, brancos, negros, homens, mulheres e crianças. Meu trabalho de caixa é quase um piloto automático: Registro o produto, embalo, recebo o dinheiro ou passo o cartão e pronto. Costumo não dar muito atenção aos clientes, afinal preciso sempre ser ágil e são raros os que perguntam alguma coisa, eles sempre respondem alguma pergunta minha sobre o facilitamento do troco. Mas uma vez acabei respondendo uma pergunta usual, pra uma pessoa não usual: uma loira de olhos negros, magra, aparentando ter entre 30 e 40 anos e seios perfeitos, em um vestido azul. Ela não usava sutiã e eu via os mamilos dela apontando pra mim, hesitei por alguns segundos sem conseguir reunir palavras pra responder a seguinte pergunta dela:

- Vocês entregam em casa?

Era impossível eles serem naturais, foram esculpidos nas mãos de um cirurgião plástico, com a ajuda de uma prótese de silicone. Mas eles eram lindos, mereciam ser objeto de muito estudo de minha parte. O decote era discreto, mas os mamilos não. Eles eram redondos e o bico era levemente curvado, não sei se era moldado também, mas muito me fascinou vê-los por apenas alguns segundos dessa vez. Consegui balbuciar um não, e ela continuou:

- Uma pena, eu moro aqui perto às vezes não dá tempo de vir aqui. Como sou jornalista, uso muito material daqui.

Jornalista. De televisão era não é eu saberia da existência dela. Nem de jornal também. Deve ser jornalista de revista feminina, por isso que não a conheço. Eu consegui me recompor minimamente e respondi a ela, lamentando e dizendo que talvez em breve tivéssemos esse serviço. Esteve na ponta da língua dizer que eu faria questão de entregar na casa dela pessoalmente. Devolvi o cartão de débito e ela se foi, dizendo tchau. Como não tinha ninguém atrás dela, Henrique, um vendedor da papelaria que eu mais converso lá (dizer que somos amigos é exagero e colegas de trabalho seria sucinto demais) vem me falando todo serelepe:

- Nossa ela tá saindo toda rebolativa, não tem muita bunda, mas ela é um mulherão! E ela te deu tchau! Rodrigo você é um sortudo, pra mim ela foi super fria.

Ainda estava aturdido com aqueles seios e apenas falei um simples “é” afirmativo. Eram lindos, e eu os desejava, eu queria ter em minhas mãos, em minha boca, eu queria. À noite sonhei com aqueles peitos nus a menos de cinco centímetros do meu rosto e eu só olhava, minhas mãos estavam amarradas, eu só podia olhar. Pela manhã acordei em um estado lastimável, tinha tido um orgasmo sem sentir. Desde quando eu era um adolescente tarado isso não acontecia. Eu tinha voltado a ser um adolescente tarado. Sentei na cabeceira da cama e pensei que eu teria que tocar naqueles seios e eu faria de tudo pra isso, alguma coisa eu teria que fazer pra isso. Eu mal desconfiava que aquilo se tornaria em uma fixação, uma paranóia que praticamente me levaria a uma loucura anunciada.

Dois dias depois ela reapareceu. Estava falando ao celular enquanto me passava os produtos. Seu vestido era amarelo e mais sedutor, a fenda do decote era mais provocante, e ela estava de salto alto, ela estava mais alta do que da outra vez. Mantive-me concentrado, até porque se olhasse muito ela perceberia e assim por água abaixo meu plano de conquistar o que estava dentro daquele decote. Ela me passou o cartão de débito. Estava um pouco estressada ao telefone, dizendo pra alguém pra não fazer nada enquanto ela não chegasse que ela resolveria tudo. Ela desliga no exato momento em que ela tem digitar a senha e comenta comigo:

- Às vezes tenho que dar uma de super mulher, e esquecem que sou apenas uma jornalista de uma revista de moda! Meu irmão é muito abobado, ele não resolve nada!

E ela contava sobre sua vida para mim, que tinha conhecido anteontem. E ela me conheceu anteontem e sendo que sequer nos apresentamos. E eu ali, sem saber o que opinar, apenas sorri. Raramente sorrio e meu sorriso substituía uma palavra de conforto e confiança. Eu me encabulei um pouco ao olhar novamente pra ela. E eu estava louco por dentro, e excitado embaixo do balcão do caixa. Ela vai novamente embora e me diz um tchau novamente, gesticulando inclusive. Eu cada vez mais ficava encantado por ela e precisava fazer algo pra conquistá-la.

No dia seguinte, ela voltou, comprando mais canetas, resmas, envelopes pardos e usou cartão de crédito. Não falou muito, estava um pouco apressada, e o vestido dela sequer era decotado. Mas descobri coisas valiosas: O telefone, e o nome dela, Débora.

Na saída do trabalho, fui para uma lan house e fui pesquisar pelo o telefone. Sim, eu o copiei do comprovante do cartão que ela assinou e pôs o número que era o início da minha aproximação. Com ele, descobriria o endereço. Foi rápido, o endereço é há duas quadras da papelaria. Já sei seu nome, telefone e endereço. Agora meu objeto de desejo seria seguido, no meu horário de almoço e depois do expediente, eu precisava saber dos horários. Chegar e agarrar ela tornou-se uma necessidade quase que como respirar, só pensava nisso, o tempo todo. Não houve momento em que eu não pensei em uma maneira, em um plano infalível pra que ela não pudesse escapar da minha doce obsessão. Não havia lógica e racionalidade nisso, eram os meus instintos pulsando de desejo, era a testosterona comandando todos meus músculos. Tudo ou tudo, não aceitaria uma derrota nesse objetivo de tocar os seios de Débora.

Antes de tudo, quero afirmar que eu tentei me manter passivo, como um simples voyeur. Tentei filmar com meu celular aquele decote, tentei, mas a qualidade do vídeo foi infiel a maravilha que aqueles seios eram. Fotografar era algo complicado, daria muito na telha e poria tudo a perder. Com as tentativas já esgotadas coube apenas fazer o que me restou. Ficar de tocaia em frente à casa dela pra saber seus horários. Na papelaria, ela passava sempre no final de tarde, por volta de uma hora antes da minha saída. Essa última hora sempre foi longa, mas pareceu que os sessenta minutos perduraram muito mais do que de costume. Muita pressa, ansiedade, eu tive que redobrar a atenção pra não errar em cálculos, senão sairia do meu bolso. Consegui sobreviver a essa hora e depois de contar o caixa, sai rapidamente e parei em frente ao prédio dela. Sorte a minha que existe um barzinho em frente ao prédio. Ajeito- me ali, sentando em uma mesa que fico exatamente pra rua, assim a observarei melhor. Por duas horas e quatro cervejas me mantive ali e nada. Por um momento via em uma hora ou outra, pessoas em um carro que se pareciam com ela, mas meu nível de cerveja está acima do meu limite e minha certeza se tornou dúbia. Decepcionado, restou-me apenas voltar pra casa, já era tarde e eu tinha trabalho no dia seguinte.

O estratagema foi exatamente o mesmo. Mesmo bar, mesma mesa, só a quantidade de cervejas diminuiu, afinal não tenho tanto dinheiro e nem consigo beber muita cerveja, sou muito fraco nesse aspecto. A desconfiança de ontem se tornou certeza, depois de uma hora no boteco, era ela no carro que vi ontem. Graças a um senhor dirigindo uma Belina e se enrolando pra sair da garagem pude vê-la bem. O decote, olhar atento e estressado e a boca prestes a emitir um muxoxo, era ela. O prazer que senti em vê-la era instantâneo, um vício, pois me excitei em uma fração de segundos. Sei que ela chega do trabalho de carro o início da noite, como abordá-la?

Sexta-feira, ela aparece e faz suas compras tradicionais. Vestido vinho, um decote razoavelmente discreto. Mamilos marcando o vestido, duros e firmes como sempre. Ela foi discreta, um cumprimento, um sorriso e depois do cartão de débito aprovado, um tchau. Hoje eu ia esperá-la de novo.

Passei três horas naquele bar, e nada. Era um boteco simples e ele não iria ficar até madrugada na sexta feira, ele ia fechar as portas e eu tive que sair. Onde ele estará? Não me animei pra ir embora pra casa, eu ia abordá-la de alguma maneira. Comecei a ter a idéia fixa de me jogar na frente do carro dela, quem sabe assim ela me socorria e assim eu poderia tocá-la. Eu tinha a noção exata da loucura que seria isso, mas eu já não estava nas plenas faculdades mentais, eu não via outra maneira, não raciocinava mais, eu pensava que se encontrasse com ela, eu a teria, ela queria isso que eu a dominasse, era um jogo de sedução que ela fazia veladamente. Se eu fosse um poeta, faria um poema, um pintor faria um belo quadro, mas não sou dotado artisticamente, eu quero dominá-la, deixar os meus instintos mais primitivos aflorarem, isso é sentir-se vivo!

Fiquei perto de uma árvore, ainda com vista para o prédio onde Débora morava. Meu medo era algum morador achar que eu fosse bandido e chamasse a polícia e ai eu estaria encrencado. Peguei o celular e fingi que estava ao telefone, mas logo em seguida desisti, agora é que podia ser roubado e eu nem terminei de pagar o aparelho. Já era meia-noite quando o carro dela apareceu vagarosamente e parou na minha frente. Não entendi porque não seguiu em frente e entrou na garagem. Minha visão era do vidro do carona que se abriu até a metade. O vidro era fumê, mas era fraco, dava pra ver quem estava dentro, e ela estava acompanhada. Dei dois passos para minha direita discretamente na intenção de ver o vidro frontal e vi um homem com cabelo um pouco grisalho, barba rala, vestindo um terno, beijando o pescoço de Débora freneticamente, como se ela fosse um sorvete prestes a derreter. E ela se derretia pra ele, seus lábios pronunciavam palavras de desejo, suponho, seu olhar tinha a malícia e o tesão. Ele desceu a boca e abaixou com maestria as alças do vestido dela e eu finalmente pude ver a rigidez dos seios dela em pêlo. Um mamilo moreno, que rapidamente foi engolido pelo o homem que apertava com os dedos o outro. O Braço dela estava na direção dele, e seus movimentos rápidos deduziam que ele estava sendo tocado. Ficaram nessa preliminar por uns cinco minutos, e eu de voyeur. Mas não me excitei, pelo o contrário, senti repulsa. Não dela, mas desse cara, como eu o invejei por fazer tudo que minha imaginação ousou fabricar. E ela deixou, eu achei que ela seria só minha, apenas minha. E era de outro. Como fui ingênuo em acreditar que esse jogo de sedução era pra mim. É apenas o jeito dela, malicioso, mas não é por mal. Ela levou o carro pra garagem com os seios à mostra ainda, e eu resolvi ir pra minha casa. Meu Ídolo tinha seios divinos, mas pés de barro.

Passou praticamente dez dias pra ela reaparecer, com suas tradicionais compras. Fui frio, nem reparei no vestido dessa vez, muito menos no mamilo ela conversou algumas trivialidades, mas não me alonguei em nenhuma delas. Não queria mais contato, deixei-me enfeitiçar e o encanto agora se quebrou. Ela deu um tchau, sem o sorriso, eu também não sorri. O próximo cliente estava esperando.

No dia seguinte ela voltou. Mesmas compras. Mas ao me entregar o cartão de crédito, reparei que tinha um papel dobrado embaixo dele. Ao olhar pra ela pra dizer do papel ela apenas diz:

- Não leia agora.

Tremi novamente, como da primeira vez. O que ela queria me dizer naquele papel? Não li no momento, mas minha mente fez o trabalho de imaginar um milhão de coisas, boas e ruins ao mesmo tempo. Débora também foi bastante sucinta comigo chegando a não me dar tchau. Minha cabeça virou uma panela de pressão. Seria algo agressivo, ou será que ela descobriu minha presença naquele dia que ela transou com aquele homem?

Como eu hesitei em abrir essa carta, mas ao mesmo tempo desejei abrir logo e acabar com o tormento. Eu era um homem quase louco, pois não sabia o que queria, pois eu pensava em abrir ora pensava em rasgar. Na Saída do trabalho quase abri, no ônibus de volta pra casa também, chegando em casa também hesitei, tomei um banho, tentei comer alguma coisa sem sucesso e finalmente repousei meus olhos na folha de caderno dobrada várias vezes. Respirei fundo, cheguei a sentir o cheiro do seu perfume bem leve no papel. Desdobrei o papel, que estava praticamente todo em branco, a não ser por uma breve frase na primeira linha:

“Venha me ver de novo”

Ela sabia de mim, sabia que estava lá, sabia de tudo. Eu fui o fantoche do teatrinho dela, que queria ser observada, desejada por um homem. Eu fraquejei às tentações dela. E sucumbirei de novo, amanhã depois do trabalho estarei lá minha fixação por aqueles seios vão continuar e terminará só quando eu não me controlar mais e tocá-los. Ainda me controlo, ainda tenho esperança, e um homem não é nada sem seus instintos, sem sua confiança e sua esperança.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

أغلق عيني الى الأبد


(Não é virus não, somente quis escrever o nome do poema em árabe já que o título é tão comum e piegas, assim dá um toma mais misterioso ao mesmo. N. do A.)

Feche meus olhos para sempre
Não me deixe mais ver
Mais nada que não mereça
Ser visto
Cegue-me e faça-me esquecer
Antes que eu esqueça
De um dia ter existido

Feche meus olhos para sempre
Estou farto de enxergar
Tanta injustiça,
Rancor e amargura
Tanta gente a criticar
E se abraçando à vil preguiça
Escorraçando a pobre ternura.

Feche meus olhos para sempre
A menina de coração selvagem,
Não virá e não restará
Esperança
A Tão longa viagem
Não perdurará
Até o fim da maldita dança.

Feche meus olhos pra sempre
Meu bem, se viver é seguir o sistema,
Prefiro continuar com o problema
De ter um coração mequetrefe a ditar
Os meus rumos tão inglórios
Amor te imploro, feche para sempre meus olhos.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Para todos que curtem Rock, nós te saudamos!



No dia 13 de julho de 1985,Bob Geldof organizou o Live Aid, um show simultâneo em Londres na Inglaterra e na Filadélfia nos Estados Unidos. O objetivo principal era o fim da fome na Etiópia e contou com a presença de artistas como The Who, Status Quo, Led Zeppelin(que se reuniu com a participação especial de Phil Collins na bateria), Dire Straits, Madonna, Queen, Joan Baez, David Bowie, BB King, Mick Jagger, Sting, U2, Paul McCartney, Phil Collins (que tocou nos dois lugares), Eric Clapton e Black Sabbath entre muitos outros, em um evento em prol dos povos famintos da África. foram arrecadados 100 milhões de dólares. Mas sabem porque Geldof escolheu essa data?

Um jovem motorista de caminhão nascido em East Tupelo, Mississipi, gravou uma canção chamada "That´s all right mama". Seu nome? Elvis Presley e junto com o Live Aid, batizou dia 13 de julho como o dia internacional do Rock.Abaixo mais dois sons excepcionais, faça o favor de aumentar o som!



quarta-feira, 7 de julho de 2010

"Vejo o futuro repetir o passado"


Disparo contra o sol, sou forte, sou por acaso,minha metralhadora cheia de mágoas,eu sou um cara. Cansado de correr na direção contrária, sem pódio de chegada ou beijo de namorada, eu sou mais um cara.

Sempre acreditei tanto nesses versos, pelo meu jeito peculiar de ver as coisas, uma das músicas que mais ouvia na epoca da batalha pra lançar o livro, pois tudo ficava contra,dinheiro faltava, tempo faltava, diagramação faltava,revisão faltava, e ela de certa forma me deu forças pra continuar e não desistir do meu sonho. Cazuza, e seu vasto repertório, fizeram a cabeça de milhares de jovens na década de 80,90 e subsequentes. Polêmico, boemio, talentoso, rebelde, antes de sucumbir a doença, comeu e bebeu de sua obra, mostrando cara pro Brasil pra que o Brasil mostrasse a sua.

E Seu grande amigo e guru Ezequiel Neves, justamente hoje falece de câncer com que lutou por 6 meses e resolvue sucumbir no mesmo dia de Cazuza. Vá em paz, Ezequiel, você tem muito papo pra por em dia com o Cazuza.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

sábado, 27 de março de 2010

Renato Russo, 50


Talvez um dos grandes nomes que me instigou primeiro sobre a arte foi Renato Russo. tinha uns dez e tinha ouvido algumas canções que tinham me deixado ensimesmado. ele nos deixou e eu continuei a ouvir e depois passei a beber de suas palavras, coisa que o prórpio Renato abominava, pois não queriam que o idolatrasse, pois sabia que todo idolo tinha seus pés de barro. Mas idolatrei e vi em algumas letras de canções algo que sempre busco, a destreza nas palavras fez ele criar vários hinos d euma geração, e músicas que feitas a mais de trinta anos (in)felizmente continuam muito atuais. Resolvi listar cinco canções, sem ordem crescente ou decrecente, que realmente me marcaram e muito e me deram a sensação de que se eu alcançar um terço disso, estarei bem feliz:

Perfeição:
Um hino brasileiro moderno, que toc ana ferida de nossa sociedade e todos os princíos errados que fazemos, que soa obscura e forte, embora tenha um final redentor e pacifista, pois o amor tem sempre a porta aberta, nosso futuro recomeça, venha que o que vem é perfeição. Quer final de canção mais redentor do que esse?



Pais e Filhos:
Outra música que aborda sensivelmente a relação pais e filhos, mais uma vez, com uma frase redentora em seu refrão" é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã", um recado que ninguém hoje em dia entendeu ou esqueceu e prefere deixar de lado. E quem nunca culpou os pais por algo? e o que vamos ser quando crescer?



Faroeste Cabloco:
Um roteiro de cinema que Renato criou que se transformou na música mais longa e mais executada nas rádios dos anos 80 que ocm seus 9 minutos e 158 versos fez história contando a história de João de Santo Cristo no planalto central. Música que tentei fervorosamente decorar e consegui, não tem parte que não saiba até hoje.



Será:
Tire suas maõs de mim, eu não pertenço a você! Talvez a música mais regravada da história da Legião, desde Cássia Eller, Simone e até Raça Negra. A Canção pode ter se banalizado, mas é um grand emarcno da Legião, uma melodia que ao vivo arrepiava qualquer um e incitava a sair do chão e gritar. Clássico.



Metal contra as nuvens:

uma música mais longa do que faroeste, e talvez mais mágica, o desabafo musical mais vertente de Renato Russo, que fala sobre sua solidão, sobre o dinheiro que perdeu no plano Collor, sobre sua luta contra a Aids, na época, desconhecida do público, e no fim uma mensagem sobre como viveria até o final de sua vida: "E até lá, vamos viver, temos muito ainda por fazer, não olhe pra trás, apenas começamos, o mundo começa agora, apenas começamos..."


Tem muitas música sque gostaria de falar, de debater e ocmentar, mas fica por enquanto essas cinco, mesmo com várias canções que deixei de fora. Mas o que psso dizer que sua riqueza de letras e sentimentos transcendem o tempo e ficarão eternos. Ainda continuarei tentando toca ro coração das pessoas, sobre o amor e o que está a volta, mas sei que nunca serei tão bom como o Renato foi.Ninguém nunca será. Fique em paz, Renato.

OBS: Perfeição, Faroeste Cabloco e pais e Filhos são do show do Metropolitan de 94 que virou o cd duplo "como é que se diz eu eu te amo". Será é o primeiro clipe da Legião e metal contra as nuvens é do cd acústico. Perfeição contém trechos de Lithium do nirvana.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

65 anos sem Mário de Andrade










Um mini documentário explica sobre o poema "quando morrer quero ficar", escrito um pouco antes de sua morte em 25 de fevereiro de 1945. Mário de Andrade é considerado o maior inteceltual brasileiro do século XX, idealizador da semana de arte moderna de 1922, que causou um grande impacto na literatura e nas artes plásticas brasileiras. Fica aqui a minha homenagem.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

No Caminho da vida


No caminho da vida, sentei e esperei
Respirei a poeira dos outros
Que continuavam a caminhar.
Eu parei.
Vivenciando o sentido certo
Por escolher um caminho sem realizações
Eu chorei.
Por amar e seguir,
E na incompreensão do meu ser,
Eu sofri.
E de tantas pedras que tropecei
E não cai,
Eu me orgulhei.
Com o dedão dolorido
Com o futuro indefinido,
Eu Fraquejei.
Olhando o caminho percorrido
E vendo as alternativas que eu podia ter seguido
Eu pensei.
Foram tantos erros e acertos,
Tantas decisões ainda a tomar
Eu balbuciei.
Que viver e sofrer são íntimos
E que a felicidade é parente distante
Eu ratifiquei
Que é loucura morrer por caminhar demais
Sem se firmar em lugar nenhum
Eu esperei
Tomar um fôlego
E no meu caminho da vida, eu seguirei.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Túmulo de Tristezas


Não morra sem antes
Visitar seu túmulo de tristezas.
Deixe flores,
Faça suas melhores preces,
Deseje um bom descanso
As dores que cumpriram fielmente seu papel
De atormentar sua alma paupérrima,
Que teve receio de sentir coisas novas.
Desconfiaste de boas pessoas,
Creste nas pessoas erradas,
Remoa sua consciência.
Acabarás concluindo que tudo é perda de tempo.
Jogue a logo a pá de terra derradeira no túmulo
E comece a cavar o seu próprio,
Pois quando conseguir enterrar suas tristezas,
A força da vida terá se acabado,
E a hora de você descansa em leito eterno,
Finalmente em paz.