Dançando Entre Lírios mortos,Livro de poesias de Marcos Antônio Filho(Fábrica de livros,15 Reais)
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domingo, 26 de setembro de 2010

Mensageira da morte

Eu espero.
É um lugar escuro.
Meus iguais estão comigo,
À espera do pior.
Qual será o futuro ao sair daqui?
Que mal faremos?
Nosso destino é cruel.
Temos dentro de nós a síntese do ódio.

O primeiro estampido.
É ensurdecedor.
Uma de nós se vai.
Pra onde terá ido?
Em que lugar parou?

Segundo estouro.
Já se acostuma com o som surdo.
Minha vez está perto.
Fadado ao mesmo destino de todos
Que estiveram aqui.

Terceiro.
Eu sou a próxima.
É hora de fazer a única coisa que sei.

Disparo!
Disparo e ganho a liberdade!
Minha velocidade é vertiginosa,
Não consigo me desviar,
Estou indo pra onde me apontaram!

Vou ao encontro certeiro
De algo duro,
Mas estraçalho-a com facilidade!
Estou dentro de algo de novo,
Cinzento, e macio
Foi um impacto muito forte
Acho que ficarei por aqui
Acabei de transformar
Esse um ser em uma massa sem vida.
O corpo
C
  A
     I
       Deitado e morto.

Eu cumpri meu objetivo.
Mas quando será que as outras
Não vão precisar atingir nossos objetivos?

Quando deixaremos de existir como
Mensageiras da morte?

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