Dançando Entre Lírios mortos,Livro de poesias de Marcos Antônio Filho(Fábrica de livros,15 Reais)
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domingo, 19 de julho de 2009

O Mínimo Céu


Esse é o meu lar,
O seu coração.
Não adianta nem tentar me esquecer,
E acredito que você não vá desejar
Ficar sem mim.
Apenas deseje o nosso sucesso
A nossa felicidade.
A nossa casa, a nossa vida,
O nosso mínimo céu
Construído sobre nossas cabeças,
Que será o teto de toda nossa trajetória.

O nosso amor,
Nossa nova vida,
Nossa infindável espera
Prestes a encerrar,
O fim de um ciclo
E o início de outro,
Onde o olhar será próximo
O toque, cotidiano
O amor, presente em todo momento
Durante muito tempo em sua vida
Viverei a vangloriar
Nossos feitos,
Somos únicos no mundo,
Um amor que ninguém ousou experimentar
Por medo ou falta de tempo,
Ou por ter que voltar às dez da noite.
É loucura, loucura querer
Tanto que a distância do céu que nos separa
Diminua pra 35 metros quadrados?

Só espero que meu português ruim
Não mascare meus sentidos,
Minhas verdadeiras vontades.
Eu quero você a todo o momento
E sei que é recíproco e notório
Que nosso amor causa inveja aos
Olhos recalcados.
Se o céu é imenso, eu o faço mínimo
Para poder buscar você
Meu grande amor que jamais será mínimo,
Será o máximo de um coração pode suportar.
Assim descobrimos que não existe limite
o seu coração suporta todo o amor que houver entre nós.

sábado, 18 de julho de 2009

Músicas para nossos ouvidos: Asa Branca


Em Agosto de 1945, se encontraram na capital federal Rio de Janeiro, Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga. Luiz tinha conseguido a popularidade após apresentar uma música de sua autoria " vira e mexe" música com o gostinho do seu saudoso nordeste, no programa de calouros de Ary Barroso. Humberto era advogado e compositor de sambas,marchinhas, xotes, sambas canções e toadas. Em comum, era a terra natal, o nordeste, e a música. Do encontro, nasceu uma amizade e da amizade, a promessa de valorizar a cultura da região e a valorização do ritmo típicamente nordestino, o Baião.
Em 1947, surgia a primeira música da dupla, "meu pé de serra", sobre a infância de Gonzagão. em 1947 também, nasceu a música mais conhecida de Luiz Gonzaga, que o consagrou na música popular brasileira: "Asa Branca".

Asa Branca é o nome de um pássaro da familia dos columbídeos típica do sertão, que na música parte do sertão. A Canção é retrato do flagelo que o nordeste vivia na época e vive até hoje tornando a letra atual, mesmo sendo escrita há 62 anos atrás . O sofrimento do sertanejo que viva com a falta de chuva, com a morte do seu gado e cavalo, tinha a desesperança de viver naquela terra e a busca pela cidade grande. A letra da música tem características da segunda fase modernista, com seu regionalismo, suas gírias e as palavras escritas da mesma maneira que se pronuncia.E o mais importante que a canção virou um sucesso e transformou-se o hino dos retirantes que vinham se aventurar na cidade grande. E Luiz Gonzaga, se consagrou como o rei do Baião.

1-Quando oiei a terra ardendo
com a fogueira de São João
Eu perguntei, a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação(2x)

2-Que braseiro, que fornaia
Nem um pé de prantação
Por falta d'água perdi meu gado
morreu de sede meu alazão(2x)

3-Inté mesmo a asa branca
Bateu asas do sertão
Entonce eu disse adeus Rosinha
Guarda contigo meu coração(2x)

4-Hoje longe muitas légua
Numa triste solidão
Espero a chuva cair de novo
Para mim vorta pro meu sertão(2x)

5-Quando o verde dos teus olhos
Se espalhar na prantação
Eu te asseguro não chore não, viu
Que eu voltarei, viu
Meu coração(2x)

Abaixo um vídeo mais do que especial. Luiz Gonzaga cantando Asa Branca, acompanhado de Sivuca e uma participação especial do na época jovem Raimundo Fagner. E um dos seus sanfoneiros de apoio, na esquerda do vídeo, é nada mais na menos do que Dominguinhos, outro gênio do acordeon.

domingo, 12 de julho de 2009

Verdadeiro, ambíguo e fatal!


Pra que entender
Se que o que eu escrevo aqui soará
Verdadeiro, ambíguo e fatal!

A pedra que foi tacada
Volta com cuspe na direção de quem atirou!

Sem escárnio, sem modéstia
Eu sou melhor no que faço de pior!

Pra que entender?
Se a excitação desmitifica a presença de medo?
Se o seio não acalenta, sufoca!

Se o que é ruim vem sempre
Acompanhado de algo mais sórdido e perigoso!

Se o bicho peçonhento assusta tanto quanto o predador,
Que espreita a presa sedento por vísceras?

Pra que entender a vida e o poema,
Se a morte não dá tempo pra isso?
Vamos viver e gozar muito no que resta!

sábado, 11 de julho de 2009

música para nossos ouvidos: Quero que tudo vá pro inferno

Não é só de músicas românticas o repertório de Roberto Carlos. o Cantor que completa 50 anos de carreira, era o líder da jovem guarda e lançou diversas músicas.Mas uma música de 1969 chama a atenção. "Quero que tudo vá pro inferno" usou-se de metáforas pra criticar a recém imposta ditatura na época. Na Letra, o eu lírico fala de solidão, sofrimento e saudade, mas subliminarmente ela fala da saudade da liberdade, ou até mesmo a saudade de alguém que foi preso pelos militares. veja a letra:

De que vale o céu azul e o sol sempre a brilhar
Se você não vem e eu estou a lhe esperar
Só tenho você no meu pensamento
E a sua ausência é todo o meu tormento
Quero que você me aqueça nesse inverno
E que tudo mais vá pro inferno
De que vale a minha boa vida de playboy
Se entro no meu carro e a solidão me dói
Onde quer que eu ande tudo é tão triste
Não me interessa o que de mais existe
Quero que você me aqueça nesse inverno
E que tudo mais vá pro inferno

Não suporto mais você longe de mim
Quero até morrer do que viver assim
Só quero que você me aqueça nesse inverno
E que tudo mais vá pro inferno
Oh, oh,
E que tudo mais vá pro inferno

os versos ( de que vale o céu azul e o sol sempre a brilhar/se você não vem e eu estou a lhe esperar) e (onde quer que eu ande tudo é tão triste/não me interessa o que demais existe) falam da saudade e do clima instalado nas cidades por causa da ditadura.Roberto Carlos nunca admitiu,mas também não desmentiu sobre essa versão de que essa música seria um desabafo contra a ditadura. Coincidentemente, ele não canta mais essa música por conter a palavra inferno. Sua neura se restringiu a vetar músicas que ele mesmo fez que tivessem palavras negativas. "é preciso saber viver" por muito tempo não foi cantada por ter a palavra "mal" no verso, "se o bem e o mal existem, você escolher".

domingo, 5 de julho de 2009

Conto: Is the Valentine's Day


Não há data que eu mais odeie do que 12 de junho. Essa data comercial me incomoda demais, pois mexe exclusivamente com minha solidão. Mas não é uma solidão da qual fico isolado esperando a vida passar, é uma solidão afetiva. Nunca me envolvi verdadeiramente com uma mulher. Sempre foram flertes, casos, uma relação que começava na cama e terminava ali mesmo. Sexo casual, um cigarro, e tchau. Nunca me dei ao luxo de dar meu coração a mulher alguma, também se desse, sofreria porque os tipos de mulheres com quem transo já se habituaram a serem usadas, nem saberiam o que fazer com o pobre coração desse desgraçado que vos fala. Tenho minha parcela de culpa nisso também, nunca procurei nos lugares certos, digamos. Quando moleque sofri demais por amor por uma mulher mais velha. Ela tirou minha virgindade,eu me apaixonei, pedi a coroa em namoro e ela aceitou. Logo depois me trocou com um cara cheio da grana. Meu mundinho desabou e passei a me blindar para todas as mulheres. Só o sexo importa agora pra mim. Durante os 364 dias do ano nem me importo com as mulheres. Que fossem amigas, companheiras, carinhosas e amantes, só a última opção é a que eu procuro normalmente. Mas hoje não consigo pensar nisso, fico abatido, irrequieto. Onde trabalho, vejo meus colegas preocupados em comprar presentes para as namoradas, noivas, esposas. Planejam jantares românticos, noites em motéis caros, presentes delicados, tudo para satisfazerem as respectivas mulheres amadas. Eu apenas observo, com uma ponta de inveja, admito. Desse tamanho assim ó. Ainda bem que só hoje que sinto inveja. Mas só porque é um dia desgostoso na minha infeliz vida é que não vou deixar de cumprir meu sagrado ritual: Cerveja, puteiro, cerveja, casa, cerveja e cama. Hoje é que eu vou acabar com aquelas putas, preciso descarregar em alguém essa angústia momentânea. Nem vou parar pra encher a cara primeiro. Não quero perder tempo. Lá na zona eu aproveito e tomo umas biritas.

Eu não acredito nisso. Meu puteiro, meu querido puteiro, está fechado! Paro em frente à porta pequena e rodeada de lâmpadas vermelhas que estão apagadas. É hoje é meu dia, Deus está aproveitando minha dor e está espezinhando comigo. A porta se abre, e sai de lá o negão parrudo que sempre fica na porta, vendo carteira de identidade dos pivetes, e deixando os mesmos entrar se recebe uma grana, evitando baderneiros e expulsando caloteiros e bêbados que de tão bêbados não conseguem dar uma e consequentemente não dão lucro. Ele até já me conhece, sou um freqüentador assíduo, quase um very important people. E ele me cumprimenta. Logo pergunto se eles vão abrir mais tarde. Ele responde:

- Ih cara, hoje não funciona. Sabe como é as meninas têm namorado, elas querem passar o dia com eles.
- Mas não tem nenhuma aí dentro?
- Todas saíram. Não sobraram nem as lésbicas, amigo. E eu estou saindo também, pois minha esposa... – ele começou a dizer o que a esposa dele havia preparado pra aquela noite. Parei de prestar atenção nele dizia e me despedi:
-Boa noite pra você.

Até as putas namoram. Puta que pariu. O que eu vou fazer? Elas encaram isso como trabalho. Bem prazeroso por sinal. Eu já diria que é uma diversão. E Elas ainda têm namorado. Como deve ser o diálogo deles pros os amigos: ”Pô, um bando de otário paga para comer minha namorada e eu como de graça!” Bela vantagem. Pelos menos esses caras têm alguém pra comemorar o dia dos namorados. Eu não.

Não me restaram muitas alternativas, se não se pôde descontar nas putas, vou descontar na bebida. Andei duas quadras e adentrei no bar que sempre entro depois que saio do puteiro, ou melhor, centro de lazer (Vamos eufemizar as coisas, pois eu sei que eu sou desbocado). Sento sempre no balcão. A cerveja é vagabunda, eles trocavam o rótulo, punham nas cervejas ruins os rótulos das marcas mais gostosas pra enganar trouxa. Eu já me acostumei a ser enganado por tanta coisa, ser enganado na cerveja não faria diferença. Mas em compensação eles tinham um espelho imenso, parecia de motel, vinha da altura do balcão e seguia até o teto. Presas nessa parede com o espelho, várias prateleiras onde ficavam as bebidas mais caras. Uísques, conhaques, licores, talvez seja apenas a garrafa, pois do jeito que aquele bar era, devia ser falsificado também. Eu adorava o espelho porque do balcão dava pra ver as pessoas que sentavam nas mesas. O bar nunca ficava cheio, era um pé sujo da pior qualidade, minto, o lugar pelo menos era limpinho, tirando o banheiro lógico. Mas verdadeiro prazer um beber ali era observar como as pessoas agiam. E como hoje era o dia dos namorados, eu observava como essas pessoas flertavam. Como hoje o local está praticamente vazio, só havia um casal pra se observar. E um cara com olheiras homéricas já estava a meia hora tentando beber um uísque que já deve estar aguado. O casal estava em um momento de muito carinho. E Em um bar desse porte? Eram amantes com certeza. Ele, aparentando ter entre 35 e 40 anos, sentado ao lado da mulher, com os cotovelos e tronco na direção ela, que parece ser um pouco mais nova e que tem uma bela cruzada de pernas. E só. São amantes, o homem estava carinhoso demais. E ela deve ser pobretona pelas roupas vulgares e chulas, enquanto ele pela a blusa social de manga curta, o cabelo cortado e barba feita diariamente, ele deve ter um emprego razoável. Olha como ele olha nos olhos dela, que falsidade! Ele quer só te comer menina! Ela mantém um risinho malicioso, prendendo a respiração, pra tentar pôs os peitnhos pra cima, mas tá faltando material ali. Coitada da esposa, que deve estar em casa fazendo a comida pra ele e esperando o mané ansiosamente por seu marido em mais um dia de trabalho. A vida é uma grande bosta, enquanto alguns homens têm duas, ou até três mulheres e eu, justamente o filho da puta aqui, está sozinho nessa merda de dia que estou tendo, em um bar de merda e bebendo uma cerveja de merda. Essa ficou choca,vou pedir outra.

É pelo visto meu sossego está prestes a acabar. Vai sentar uma mulher ao meu lado. Sendo que todos os outros lugares estão vazios, ela vai querer puxar assunto muito em breve. Pediu um uísque. Será que ela sabe que é tudo falsificado? Pediu tanto gelo, que o uísque vai virar suquinho daqui a pouco. Ela olha de relance para mim e já percebeu que estou olhando pra ela pelo o espelho. Pronto. Vai achar que eu a achei interessante. O cabelo é castanho, com uns reflexos de loiro. A maquiagem está meio borrada, já chorou hoje. Deve estar lamentando o dia de hoje também. Ela não é feia, o nariz é um pouco grande, mas a boca é pequena e os olhos também. Isso sem contar os detalhes da sua...

- Posso beber com você?
- À vontade.
- Diazinho de merda esse né?
- Tenho que concordar.
- Data que só serve pra gastar dinheiro.
- É verdade.

Silêncio. Como me mantive concentrado em minha bebida e não fiz um movimento pra fitá-la no olhos, ela continua:
- Você não gosta muito de conversar né?
- Não que eu não goste muito de conversar, não tenho com quem conversar e por isso fico quieto.
- Entendo.

Silêncio. Acho que finalmente, ela reparou que eu não estou a fim de conversar. E não estou mesmo. O que ela quer?Me pedir em namoro?Acho que está meio tarde pra isso, vão dar meia-noite daqui a pouco, graças a Deus. Ela torna a me olhar de novo e pergunta:
-Porque você é tão malcuidado?
-Não te interessa.
-Poxa, desculpa, só te fiz uma pergunta sincera.
- A sinceridade é uma virtude imbecil, já que não se pode usá-la. Isso sempre magoa as pessoas.
- Você é filósofo?
- Não.
-Desculpa estar te incomodando... É que eu queria fazer uma pergunta para um estranho.
- Pergunte
-Você me acha bonita?
- Sim.
- Namoraria comigo ou me faria de amante?

Lá vem. Não queria fazer essa pergunta, mas...
- Porque você está perguntando isso? – Pronto, dei enxofre ao diabo.
- O Edson, ele é casado, sempre diz que vai largar a mulher, que eles não se entendem mais e que vai ficar comigo em breve. Mas ele nunca larga a mulher. Disse que ia passar o dia dos namorados comigo, esperei tanto por esse dia, me enfeitei toda, mas ele não me ligou. Aí resolvi seguir ele. Sabe pra onde ele foi com a mulher dele? Pra um motel, comemorar o dia dos namorados com ela. Sou uma imbecil.
- Sinto muito, mas você é mesmo.
-Olha a roupa que vesti pra ele.

Ela se levantou e mostrou o vestido vermelho. Não era muito curto, o decote era razoável, os peitos não estavam pulando pra fora. Ela se virou,as costas estavam nuas e ela tinha uma bela bunda.Ela chegou perto do meu ouvido e confidenciou:
- E ainda estou uma calcinha mínima, do jeito que ele gosta.
- E ele preferiu a mulher.
- Desgraçado.
- Eu ou ele?
- Os dois! Os homens não prestam!

Mais outro hiato na conversa, minha cerveja já acabou e a mulher começa choramingar. Peço outra e espero que venha rápido porque essa mulher vai voltar a falar. Ela finalmente uma bicada no uísque e continua a tagarelar:
- Mas a partir de hoje vou começar uma nova vida. Vou arranjar um namorado fiel, sincero e que me respeite.
- Pede pro Papai Noel.
- Sabe que você é legal? Suas sacadas são tão originais.
Essa foi forte, sou o cara mais clichê do mundo. Conseguiu alguém que a ouvisse e isso em um homem é sonho de toda a mulher. Ela está me dando mole agora. Ela chega mais perto e me diz:
- Sabe a gente podia ir pra outro lugar mais tranqüilo. Quem sabe eu te mostro minha calcinha mínima...

Ela tentou beijar meu pescoço, mas eu não deixei:
- Eu sinto muito, mas eu não estou a fim de ser usado apenas. – Mentira, eu adoro ser usado, tendo sexo em troca então, perfeito. Mas hoje não era dia.
- Quem disse que quero te usar, acho que podemos namorar. Você é uma pessoa tão legal.
- Você mal me conhece.
-Então vamos nos conhecer melhor. Vamos pra um motel.
-Só levo minhas namoradas pra um motel.
- Quer namorar comigo?

Pedi a conta, ela pediu a dela. Peguei o troco me levantei e fui pra fora do bar. Ela foi atrás. Da porta segui o caminho de casa, ela me pegou pelo o braço e perguntou:
- Onde você está indo?O motel é pra lá.
- Quem disse que vou ao motel com você?Só vou com as minhas namoradas!Se você quer me dar vamos pra aquela viela ali. Lá é bem escuro, você põe essa calcinha mínima de lado que eu te como.
- Mas eu não sou uma vagabunda!
-Mas está agindo como uma. É assim que você quer mudar?Foi um prazer te conhecer.

Virei às costas e ouvi um soluço de choro dela. Nem dei ao trabalho de voltar, se fosse um tempo atrás, eu voltaria e levaria ela pro motel e faria ela se sentir uma mulher de verdade, com respeito e carinho. Mas simplesmente por pena, da mulher patética que ela era. No dia seguinte,como um ritual sagrado que sigo, eu não ligaria.Nesse caso, eu agradeço por hoje ser 12 de junho.

Acendo um cigarro. É o último, segurei até o final para não fumá-lo, mas não resisti, tinha que dar uma relaxada jogando fumacinha pro ar. Eu sempre me meti no lugar errado, por isso só encontro pessoas erradas. Grandes escolhas que fiz, elas me tornaram o homem mais ranzinza do mundo e sem perspectivas de melhora. O outro lado da rua têm dois cachorros trepando. É engraçado a expressão serena da fêmea e o esforço do macho em copular. Eles devem estar comemorando o dia dos namorados. Todo mundo comemora, até os cachorros têm alguém pra passar esse dia junto, menos eu. Ainda bem que terminou esse suplício de dia pra mim. Meia-noite agora.