Onde o sol nasce?
Não sei mais.
Meu tempo é curto,
Pois o mundo me espera.
Aqui me veneram,
Os mesmos paganistas de plantão.
Idolatram-me alienadamente,
Porém muitos me odeiam e me invejam
Esperam tomar meu lugar.
Mas todos não me esquecem nem por um minuto.
Querem saber o que faço,
Aonde vou, com quem ando,
Se eu amo ou odeio,
A minha opinião para quase tudo.
Querem que eu represente a liberdade
Deixando-me na escravidão
Do reconhecimento.
Não saio mais sem ser incomodado,
Agarrado, criticado, desejado
E malfadado.
O sucesso me envenena,
Dá-me poder e dinheiro.
O dinheiro me compra o conforto,
A segurança, o sexo
E satisfaz o meu materialismo.
Mas daria toda a fortuna que tenho
Para voltar a ser quem eu era.
Escrever meus poemas bobos
Para as minhas namoradinhas
Sem que críticos me massacrem.
Quero rir e me divertir
Sem ter flashs em meu rosto.
Quero voltar a ser
O mesmo anônimo de antes,
Esse mundo célebre não me ilude mais.
O sexo fácil não me seduz mais,
O dinheiro não me compra mais,
O carinho descartável das pessoas não me comove mais.
Quero um pouco de dinheiro para viver,
Um violão um papel e caneta,
Um amor verdadeiro que não queira
Namorar meu status e minha fama
Que deixarei para trás,
E espero poder ver
O sol nascer novamente.
Estou cansado da rotina
Massacrante do trabalho
Que não dá até mesmo para mim.
Já chega, já arrumei as malas
Deixo esta cobertura na selva de pedra,
Para um sitiozinho longe do inferno
Disfarçado de paraíso,
Uma Babilônia moderna para qual
Estou dando adeus.
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