Mergulhemos.
Saltemos a um mar envolto de incertezas.
Mergulhemos
E desçamos em apnéia,
Guardemos o escasso ar nos cinzentos pulmões.
Mergulhemos.
Manteremos os olhos abertos,
Vejamos a diversidade,
Apreciemos tão silencioso habitat.
Mergulhemos
Mais fundo ainda!
Não se amedronte,
Temos ar suficiente.
Não é o mar magnífico?
Não é a vida magnífica?
Mergulhemos
Até nossos rostos roxearem,
Preciso me sentir parte desse mar...
Mergulhemos mais...
Não... Por que voltas?
Espere que ainda não vimos o melhor!
Nosso sopro de vida desaparecendo,
A sombra da morte se aproximando
Em total silêncio...
Por que apenas só eu desço?
Por quê?
Minha derme já não sente mais o mar gélido,
Ele agora se assemelha ao calor maternal...
Mergulhemos,
Ao inevitável dissabor da fatalidade,
E nos afogaremos perdidos em nossas ilusões.
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